Viagem de Versys para Ilhabela (SP) – Parte 1

Conhecida por suas belas praias, montanhas e cachoeiras, Ilhabela, no litoral norte paulista, fica ainda melhor se for acessada por uma estradinha de serviço praticamente vazia
Fonte: Moto Adventure / Fotos: Marco Mendes

Viagem de Kawasaki Versys para Ilhabela (SP)

Ilhabela, município-arquipélago no litoral norte de São Paulo, é um dos mais procurados destinos da região, principalmente por suas belas praias e cachoeiras. Imagine então chegar até a cidade por uma estradinha rústica e praticamente deserta. É pura aventura!

Esse roteiro oferece trechos muito prazerosos. Seu início se dá na nascente do rio Tietê, na cidade de Salesópolis. A partir dessa nascente descemos a serra, em direção ao litoral norte, até Caraguatatuba, por uma estrada bem aventureira. Depois a viagem segue por um trecho da rodovia Rio-Santos até São Sebastião, onde embarcamos em uma balsa que nos levará a Ilhabela. Já na ilha seguimos por uma estrada parque de terra, com travessia de rio, até a Praia de Castelhanos.

PONTO DE PARTIDA

O ponto de partida deste roteiro é a Estância Turística de Salesópolis, berço do histórico rio Tietê. Salesóplois fica a 96 km ao leste da capital paulista, no alto da Serra do Mar. A cidade tem clima ameno e muita tranquilidade, preservando características típicas do interior, com território abrangido pela Lei de Proteção aos Mananciais. A Festa de São José, padroeiro da cidade, e a Festa do Divino são dois grandes eventos que atraem gente de toda a região para cultuar as tradições religiosas e apreciar a culinária local. Vale a pena reservar um tempo a mais para explorar Salesópolis. A cidade abriga ainda o Parque das Nascentes do Rio Tietê, a Usina Parque, o Mirante da Torre e a Barragem de Ponte Nova, lugares que devem ser visitados.

NA ESTRADA

A partir da capital paulista, para se chegar a Salesópolis, uma boa opção é a Rodovia Ayrton Senna. No entanto, nesse roteiro, optamos seguir pela Rodovia Presidente Dutra até Arujá e, a partir dessa cidade, atingir a Rodovia Mogi-Dutra, até Mogi das Cruzes. Dali seguimos pela SP-088 até Salesópolis. Após uma pequena exploração dos atrativos da cidade retomamos à estrada, desta vez seguindo rumo a Paraibuna.

Logo após o km 107 dessa estrada de asfalto pegamos uma saída à direita, em estrada de terra. Seguimos então pela Estrada da Nascente até o Parque Nascentes do Tietê, lugar que merece ser visitado. O parque possui boa infraestrutura e organização e conta com monitores para assessorar grupos de visitantes. Depois retomamos o percurso seguindo pela mesma estrada e, ao final, chegamos à famosa Estrada da Petrobras, uma estrada de serviços que interliga Salesópolis a Caraguatatuba.

Há alguns anos essa estrada é destino certo para a galera off-road e mountain bikers pelos desafios que sua esburacada pista oferece ao longo dos seus seus quase 70 quilômetros que rasgam a Serra do Mar. Ela foi construída pela Petrobras para servir de apoio durante a instalação do oleoduto que interliga São Sebastião a Paulínia, no interior do estado.

Além disso, dessa desafiadora via também nascem pequenas trilhas que levam a belas cachoeiras e refrescantes riachos alimentados pelos grandes rios que margeiam ou cortam a estrada, o rio Pardo e o rio Novo.

DUTOS ENTERRADOS

Assim, já pilotando pela Estrada da Petrobras, por volta do km 20, a vista se amplia e nos brinda com belo visual do Vale Lourenço Velho, à esquerda. Ali também já começam a surgir as entradas dos acessos de manutenção dos dutos enterrados da Petrobras, tão presentes quanto os marcos amarelos que indicam a distância restante. Prosseguindo um pouco mais não demora a se chegar ao topo da serra, após um ganho considerável de 400m de desnível em relação a Salesópolis. O local é marcado por um conjunto enorme de pedras, à esquerda, e por uma grande antena à direita. E deste ponto em diante surgirá somente descida emoldura pelas belas paisagens das encostas abruptas do Vale do Rio Pardo. Assim, após rodar

por trechos com piso em pedregulhos surgirá uma nova parada, no que parece ser um mirante à margem da estrada. Pare, aprecie a paisagem maravilhosa das escarpas serranas recortando todo vale e depois volte para a estrada.

A jornada irá prosseguir no mesmo trepidante passo anterior. A precariedade da pista seleciona naturalmente seus visitantes, e por este motivo são poucos os veículos que arriscam meter as caras ali. Tanto que as únicas almas vivas com que cruzamos no caminho eram bikers em grupo, motociclistas solitários e uma ou outra picape.

Depois de comer muita poeira e apreciar belos maciços montanhosos no km 40, encostamos as motos à margem de uma cachoeira do rio Pardo. Uma discreta trilha nascia da estrada e descia o barranco na direção do rio em meio a exuberante mata. O rugido alto de uma queda sugeria abundância de água. Era a Cachoeira Intermediária, que tem esse nome devido a sua proximidade com a Base da Petrobras, de mesmo nome. Vale a pena um mergulho no local.

Depois siga viagem e, 1 km adiante, você passará pela Estação de Tratamento Rio Pardo ou Estação Intermediária de Bombeamento do Oleoduto da Petrobras. Este lugar se resume a um complexo de tanques, bombas, cercas e guaritas que serve para facilitar o escoamento do petróleo vindo de São Sebastião. Siga viagem e, no km 43, será a hora de transpor uma simpática ponte de madeira sobre o rio Novo, grande afluente do eio Pardo. Ali surge uma discreta trilha que nasce antes da ponte, mergulha na mata e nos deixa na margem pedregosa da Cachoeira do Rio Novo, outro lugar muita bacana para se conhecer neste roteiro.

A partir dessa ponte a estrada surgirá em melhores condições. No km 66 será hora de cruzar outra ponte, desta vez sobre o balneário rural do rio Claro, onde há um bar bem simples. Desse ponto em diante a paisagem fica mais urbana, plana e aberta, e logo você estará no asfalto da Rodovia Rio-Santos. Nessa rodovia siga para esquerda, sentido São Sebastião (à direita você irá para a região central de Caraguatatuba). Em São Sebastião siga as placas até a balsa que o levará até Ilhabela.

Esta rota é indicada para motociclistas experientes, devido aos trechos escorregadios, pedras e areia. Também é recomendado o uso de pneus off-road.

Confira a Parte 2 dessa aventura.

Esse roteiro foi realizado de Kawasaki Versys 650. Clique aqui para conferir outros modelos.


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