Fonte: Revista Moto Action
SURPREENDENDO A TODOS NO TOKYO MOTOR SHOW, NO JAPÃO, NO ANO PASSADO, A KAWASAKI APRESENTOU A NINJA 400, QUE SUBSTITUIU A NINJA 300. APRESENTANDO VISUAL MAIS ESPORTIVO, MOTOR MAIS POTENTE, MENOR PESO E FREIOS ABS, ELA CHEGA AO MERCADO NACIONAL PARA AGITAR A CATEGORIA DE MÉDIA CILINDRADA.
Neste ano a Kawasaki está comemorando dez anos de Brasil, período que a marca japonesa procurou oferecer ao público um grande número dos seus produtos de sucesso, desde as poderosas esportivas, como a Ninja ZX-10RR, até a naked Z900. Claro, não podemos esquecer da “pequena notável” Ninja 250, que chegou com a proposta de se tornar um modelo premium na categoria e passou a ser um produto de sucesso de vendas da marca. Pouco tempo depois, ela recebeu um upgrade e a Ninja 300 foi lançada, aproveitando um mercado que crescia a cada ano no Brasil, impulsionado pela chegada de modelos de outras marcas, como BMW, KTM e Yamaha.
Mas a Kawasaki decidiu mudar o jogo e, como vocês acompanharam no final do ano passado, ela surpreendeu a todos com o lançamento da Ninja 400 no salão japonês, substituindo a 300. Alguns meses depois, no Salão Duas Rodas, a subsidiária nacional trouxe a novidade para o seu estande, acompanhada de outras duas, a clássica Z900 RS e a esperada Versys-X 300. No entanto, a disponibilidade da nova Ninja 400 aconteceria provavelmente no segundo semestre deste ano, estratégia que aumentou a expectativa dos amantes da marca, afinal de contas este modelo de média cilindrada da Kawasaki é completamente novo.
A novidade recebeu um novo motor, mais potente e leve, um chassi inspirado no da Ninja H2 e visual dos modelos de competição, ou seja, é totalmente diferente da versão anterior. É robusta e o visual está mais esportivo e agressivo, passando a impressão de ser um modelo de maior cilindrada. Possui linhas modernas e elegantes. A carenagem ganhou volume, com a frente mais bicuda e um pequeno spoiler. LEDs estão no farol duplo e na lanterna traseira, e a rabeta tem o estilo da ZX-10R. O painel de instrumentos agora é o mesmo de Ninja 650, com conta-giros analógico e demais informações digitais no computador de bordo, como velocidade, consumo médio e instantâneo, temperatura do líquido do radiador, nível de combustível, marcha utilizada, relógio e outras.
A Kawasaki construiu um motor de dois cilindros paralelos de 399 cc, DOHC, que desenvolve potência máxima de 48 cv a 10.000 rpm (9 cv a mais do que o motor da Ninja 300), e torque máximo de 3,9 kgfm a 8.000 rpm (aumento de 1,1 kgfm). O câmbio possui seis velocidades e trabalha com novo sistema de embreagem, agora assistida e deslizante, que funciona como um limitador de torque traseiro e um mecanismo que permite acionamento mais leve (20%). O sistema de escapamento também é novo, assim como o chassi de treliça, construído com tubos de aço e motor integrado. Foi incorporado o sistema Ergo-Fit, que permite aos pilotos encontrarem a posição de pilotagem ideal, onde guidão, pedaleiras e assento podem ser ajustados através de uma combinação de peças intercambiáveis. O conjunto de suspensões são da Kayaba, com garfo na posição convencional e sem ajustes. As bengalas
possuem 120 mm de curso e apresentam maior diâmetro do que a antecessora, passando de 37 mm para 41 mm. A traseira recebe um amortecedor com regulagem de pré-carga e gera 130 mm de curso. Quanto aos freios, apenas o disco dianteiro cresceu de diâmetro, de 290 mm para 310 mm, o mesmo utilizado na Ninja ZX-14R – o disco traseiro tem 220 mm. No Brasil será comercializado somente modelos com ABS, de construção da Nissin.
O tanque de combustível teve sua capacidade reduzida para 14 litros (eram 17 litros na 300), em parte para acomodar uma caixa do filtro de ar maior. As rodas são de liga leve, com novo desenho, mas mantendo os aros de 17 polegadas, que recebem pneus da Pirelli, nas medidas 110/70 (diant.) e 150/60 (tras.), observando que o pneu traseiro é maior que do que o da 300.
Além de apresentar motor mais potente e com maior torque, o conjunto emagreceu cerca de 7 quilos (peso total): a Kawasaki informa que o peso (total) da Ninja 400 é 168 quilos. Outra diferença é a distância entre-eixos, que ficou mais curta, passando de 1,40 metro para 1,37 metro, buscando mais agilidade na pilotagem. Cumprindo a promessa, no mês passado nós fomos convidados para participar do primeiro teste oficial da novidade. O teste aconteceu no circuito Haras de Tuiuti, na cidade paulista de mesmo nome. O dia começou com a apresentação das especificações da nova Ninja 400 e por volta das 10 horas iniciamos o teste. Depois uma rápida pausa para o almoço, a pista foi reaberta para testes. Os trabalhos foram concluídos por volta das 16 horas. Foi um dia incrível com uma motocicleta que superou as expectativas.
Antes de seguir para o comportamento, a Kawasaki anunciou que a Ninja 400 será comercializada a partir da segunda quinzena de setembro. O preço (público sugerido, sem frete) nas cores Lime Green e Metallic Spark Black é 23.990 reais, e na cor Lime Green – KRT Réplica, com o gráfico do Mundial de Superbike, é 24.990 reais.
COMPORTAMENTO – Depois de vestirmos os equipamentos adequados para o teste, foi só aguardar a hora do meu grupo de pilotos entrar na pista e conhecer o desempenho da nova Ninja 400.
O visual moderno e robusto impressiona, pois qualquer um pode inicialmente acreditar que se trata de um modelo de maior cilindrada. O posicionamento é perfeito para mim. Com pequena inclinação para a frente, oferecendo esportividade, e pedaleiras bem posicionadas, me senti bem confortável nesta. O painel está bem localizado e oferece boa visualização. E, sim, gostei do velocímetro digital, facilitando o uso urbano, para não cair nas armadilhas dos radares mal posicionados em limites controversos de velocidade. Nas primeiras voltas no circuito, procurei conhecer as respostas do motor e a dirigibilidade do conjunto, e é nítido que se trata de uma motocicleta totalmente nova, em nada lembrando o modelo antecessor. As respostas do motor são progressivas e intensas, com os giros subindo rápido e proporcionando uma pilotagem divertida em Tuiuti. Mesmo com um traçado curto e travado, ela se encaixou perfeitamente no local do teste, com as mudanças de marcha acontecendo de forma precisa e suave. Uma vez na marcha correta, a velocidade aumenta rapidamente nas saídas de curva, mesmo em tocadas mais agressivas. O motor se mostrou valente e eficiente.
Como esperado, a dirigibilidade impressionou. Ela é leve e muito ágil, sem interferir na estabilidade e possibilitando realizar curvas com velocidade e inclinação. O pneu traseiro mais largo contribuiu para uma pilotagem mais agressiva. Na pista, as mudanças de direção impressionam e você a coloca onde deseja sem esforço. Com bom desempenho, ela aceita mudanças na trajetória, tornando a pilotagem confortável, segura e divertida. Grande parte dessa performance se deve ao bom posicionamento do piloto, que é privilegiado no conforto, além de possuir maior controle. Foi difícil parar de acelerar esta Ninja. Sendo muito obediente, sem exigir esforço na condução, e com conforto, há pouco desgaste físico na pilotagem.
As suspensões, apesar de simples, foram eficientes, com funcionamento firme e ao mesmo tempo progressivo no asfalto quase perfeito. Assim, so
mente testando nas vias, seu verdadeiro habitat, é que poderemos saber se são realmente eficientes. O funcionamento do sistema de freios também chamou a atenção, permitindo uma pilotagem segura e um pouco mais agressiva e tornando o teste muito prazeroso e divertido. Como disse, ela oferece tanto desempenho que você esquece o tempo que está pilotando. Eu, por exemplo, quase esqueci de retornar ao box para que o próximo jornalista pudesse realizar o seu teste. Enfim, o conjunto oferece uma condução confortável, segura e divertida. Tenho certeza que a Kawasaki acertou em cheio com a produção deste modelo.
Realmente foi um lançamento importante para a marca e para o próprio mercado. A Kawasaki Ninja 400 tem aparência impressionante, alta qualidade e desempenho. Ela é mais uma grande opção para aqueles que estão iniciando no motociclismo e/ou buscam modelos mais práticos e econômicos, e não querem perder em qualidade e desempenho. Tenho certeza que ao adquirir a Ninja 400 você não terá aborrecimentos e que ela vai lhe proporcionar toda a felicidade de pilotar uma motocicleta. A Kawasaki fez um grande trabalho e certamente este modelo continuará com o sucesso obtido desde a primeira Ninja 250. E tudo indica que esta novidade inaugura uma nova era nesta categoria.
#VempraKawaOne
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